Adeus, Los Angeles Parto sob o brilho das luzes que amei, Ruas que um dia foram lar, Cada esquina tem um pedaço de mim, Mas é hora de partir, recomeçar. Los Angeles, cidade de sonhos e prantos, De passos apressados e noites sem fim, Fui raiz em teu solo de esperança, Mas agora o vento me leva enfim. Deixo amigos, memórias e lutas, O sol dourado sobre o mar, Levo no peito tua promessa, Mesmo sabendo que não vou voltar. Na mala, um bilhete amassado, Na alma, um peso sem nome, Sou imigrante, sou passageiro, Sou saudade que nunca se some. Sou dor que não passa, Terremoto de emoções. Sou imigrante na cidade dos sonhos, da ansiedade e depressões. Sou imigrante poeta, trabalhador e amigo. Sendo tratado por alguns como um bandido. Sou imigrante guerreiro, imigrante que chora... Que dor sinto ao ver sonhos indo embora. Na terra regada pelas lágrimas de índios,negros,imigrantes... Vejo a justiça de Deus, logo adiante! Sou imigrante da terra que o Senhor criou... Tenho fé, não desist...
Nas garras da fome caiu nossa tribo A ganância do homem feriu nossos filhos. Sem terra e remédios nossos índios sofrem, Na cidade, os prédios, de luxo se cobrem. Pelos curumins doentes Galdino seguiu, A estrada de espinhos do nosso Brasil. Deixou no caminho as gotas do seu suor, Levou o carinho da tribo, o índio Pataxó. Pela alma de Galdino, peço que Deus nos ajude, Proteja os nossos índios, ó Virgem de Guadalupe. Pelos nossos curumins que morrem de desnutrição, Peço MÃE APARECIDA a vossa intercessão Que esta nação MÃE querida tenha compaixão. À frente do palácio, em Brasília ele chegou; Seu corpo estava cansado, num banquinho ele deitou. Quando descansava, vieram homens sem coração, Seu corpo foi queimado, sua alma não mataram não. Galdino sentiu que esta seria sua missão, Morrer por amor, pra salvar os seus irmãos. A morte do índio virou manchete dos jornais, O seu corpo foi velado pela tribo e pelos ancestrais. Pela alma de Galdino, peço que Deus nos ajude, Proteja os nossos índio...
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